Chuck Palahniuk

Mais do autor que rouba horas de sono à cama e nos surpreende a cada final de livro, verdadeiros hollywod twists.
Por um lado o consagrado Fight Club, levado ao cinema por David Fincher, com excelentes interpretações de Edward Norton, Brad Pitt e Helen Bonham-Carter. Toda a gente já deve conhecer a história de Tyler Durden e dos seus macacos humanos que através de Clubes de Luta tinham por objectivo destruir o mundo capitalista ocidental.




Por outro lado temos o recém adaptado ao cinema Choke, a história de Victor Mancini, um viciado em sexo que chega a pensar que é o filho de Jesus Cristo enquanto tenta perceber o que a sua mãe alzeheimerizada lhe tenta realmente dizer.




Leituras altamente recomendáveis, nota 48, de zero a 20, pela criatividade literária do homem, dos seus enredos quase inimagináveis, pelos momentos em que ficamos de boca aberta, pelos momentos em que somos obrigados a pensar que o mundo é mesmo assim. Obrigado sr Palahniuk.

Snuff - Chuck Palahniuk


Livro intenso. Intensamente divertido. Intensamente enjoativo. Intensamente informativo. Intensamente bem escrito e bem estruturado. Como tudo o que tem vindo da cabeça do génio Chuck Palahniuk.


A estrutura do livro faz-me lembrar o Perdidos na America (The Anomalies) do Joey Goebel, mas aposto que este foi escrito antes (tenho de confirmar). A trama narrativa aborda uma tentativa de bater o recorde de maior gang-bang porno movie. Ou seja, uma actriz porno e 600 homens, à vez, em cima dela. Um desfecho surpreendente e incrível, bem palahniukiano. Não pára de me surpreender, este homem.

Estocolmo


Serve a presente para informar que o conto denominado Estocolmo, deste vosso signatário, foi publicado na colectânea Jovens Escritores 2008 (IPJ - CPAI), à venda em apenas 2 locais, na livraria Bucholz do Chiado e no Clube Português de Artes e Ideias, ambos no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, em Lisboa.


Da colectânea, que já li, destaco também o conto "A mulher do Henrique acorda-o às oito e um quarto", de Frederico da Costa.

Slaughterhouse 5


Obra-prima da literatura. ponto. Nada de classificações banais como "ficção cientifica" ou "literatura de guerra". Com este livro, Kurt Vonnegut definiu novos parametros nas possibilidades imensas do story-telling.



Slaughterhouse 5 - The children's crusade (Matadouro 5 na tradução portuguesa) conta a história de Billy Pilgrim,, um optometrista que viveu o pior bombardeamento da história da humanidade na segunda guerra mundial. Não, não foi em Nagasaki, nem em Hiroshima. Foi em Dresden, e com bombas convencionais, i.e., não atómicas. Dresden era conhecida como a Veneza do Elba, e os Aliados conseguiram, numa noite primaveril, destruir uma das cidades mais bonitas da época, uma das poucas que tinha escapado à guerra até então por não ter alvos militares alemães, mas acima de tudo mataram mais de 100 mil pessoas inocentes em poucas horas, só para mostrar aos nazis que não estavam ali para brincar...



Billy Pilgrim, prisioneiro de guerra, está entre os sobreviventes e fica marcado para toda a vida pelos horrores da guerra. Por isso e pelo facto de conseguir viajar no tempo, através da sua vida. Ou seja, anda para trás e para a frente, saltando de momento para momento: vai para a cama em 1945 e acorda em 64, compreendendo a relatividade do tempo e aceitando o destino como algo imutável, tal como lhe explicam os habitantes do planeta Tramalfadore, para onde é raptado durante um periodo da sua vida para ser exposto num zoo juntamente com uma estrela de filmes porno de 20 anos. Curiosamente, esta habilidade para viajar no tempo dentro de si mesmo é re-aproveitada pelos escritores da série Lost, que fazem o mesmo a Desmond Hume.



Um enredo só por si interessante demais para virar a cara ao lado e ignorar um dos pequenos livros mais fantásticos que alguma vez vos poderão chegar às mãos. E depois o modo de por as cartas todas na mesa e contar a história sem rodeios de Kurt Vonnegut Jr é qualquer coisa! Uma inspiração!



Nota 36, de 0 a 5.