Animais Mortos (excerto)

  Passo número um: localizar o intruso. Passo número dois: controlar o seu espaço de manobra. Passo número três: conduzi-lo até uma saída. Tudo estava a correr conforme os planos. Confinei o pássaro a um quarto, fechei todas as portas do corredor excepto a da saída e finalmente abri a porta do tal quarto, de modo a que o pardal tivesse como única opção dirigir-se para fora de casa. Porém, o gajo não cooperava. Parecia stressado demais para parar um pouco e perceber que para lá da porta do quarto havia um corredor banhado pela luz do sol. Entrei no quarto, quase de gatas para não ser atacado pelo pardal frenético que voava ininterruptamente de uma parede à outra, como se fosse encontrar uma saída mágica dessa forma. Cheguei junto à janela e vi nela uma resolução rápida para o assunto. Quando me levantei para correr as cortinas para os lados, já não havia nada a fazer. Antes que pudesse abrir a janela propriamente dita, já o meu pequeno amiguinho se tinha espetado contra o vidro recém-descoberto. Estava agora caído no chão, imóvel. Ainda pensei que pudesse estar apenas inconsciente, ou mesmo a fingir a sua morte, mas não. Peguei nele e percebi que tinha partido o pescoço com o impacto. Morte imediata. Pelo menos deve ter sido rápido e indolor. (...)

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