Cultura Livre


Decidi disponibilizar os meus contos para quem os queira downloadar livremente.


Isto vem a propósito da minha solidariedade para com o Pirate Bay e outros bravos lutadores da liberdade na internet. É ilógico pensarmos na cultura, hoje em dia, como algo que, devido ao poder de compra, está reservada apenas a uma faixa da sociedade. Com o advento da banda larga, é mais fácil disponibilizar ficheiros de médias e grandes dimensões, via p2p, para que outros, conhecidos ou desconhecidos, possam ter acesso à arte e à cultura.


É o mesmo que emprestar um livro ou um dvd a um amigo. Desde que não ganhemos dinheiro com a operação, não há nenhuma ilegalidade cometida. Crime moral é vender cds a 20 euros e cobrar bilhetes para festivais a 100 euros! Não andamos a pagar por cultura, andamos a financiar os modos de vida boémios de cantores, actores, produtores, homens de fato e gravata que ganham dinheiro à custa dos outros (nós!), e que nos querem enganar, com o falso argumento de que, com esta libertação a que chamam de "pirataria", faremos com que percam biliões de dólares. Não será justo que gastemos esses biliões de dólares em coisas mais práticas como comida ou cerveja? Especialmente nestes tempos de suposta crise, em que as prioridades não devem ser ver a Britney Spears a fazer playback ou ouvir o último álbum com que os U2 tentam, de forma pouco criativa, somar mais uns milhões à sua gorda conta bancária.


É tudo marketing, é tudo negócio. É nisto que a arte contemporânea se tornou. Mas, temos o poder nas mãos, nós, o público. Sempre tivemos, apenas anteriormente era impossível ter acesso à arte sem elevadas somas de dinheiro, ou então, sem estarmos nas mecas da cultura mundial. Como é que há cem anos atrás um jovem de uma aldeia perdida em trás os montes, por exemplo, podia crescer a ouvir bandas americanas pouco conhecidas no seu próprio país e a ver filmes pornográficos japoneses, e isto quando quisesse, apenas ao alcance de um click de rato, como, repito, seria possível? Não seria. Hoje é possível, porém, ter acesso a tudo, praticamente. Não venham agora dizer-nos que não, que temos de pagar por coisas que achamos que não temos, pois crescemos com a geração anterior à nossa (e mesmo a minha) a fazer cópias de cassetes de música, que sabíamos serem autorizadas se fossem somente para uso pessoal e não para venda. E se a lei não era bem assim, era desta forma que a interpretávamos.


E se de leis falamos, não nos podemos esquecer que somos nós que temos o dever de eleger deputados que façam leis que nos protejam os interesses. Dou-lhes o exemplo do Partido dos Verdes alemão, que está a divulgar na sua campanha para as europeias projectos para leis mais adaptadas à realidade da partilha de ficheiros na internet, e não tão seguidoras dos desejos dos grandes lobbies americanos. A ver se não é tudo demagogia, e, nós, como cidadãos com direito a democraticamente nos unirmos em torno de causas que consideramos justas, teremos algum dia defensores em instituições de governo, quer a nível europeu como a nível nacional.


Por isso, honrando as minhas posições em defesa da cultura livre, usufruindo de serviços como o pirate bay ou o bookmooch, decidi dar os meus textos a quem os queira, publicando alguns, mais pequenos, directamente neste blog, e enviando os maiores, por email, a quem os deseje ler, tendo em conta que só enviarei um de cada vez, pois não sou adepto do spam e quero que as pessoas leiam com calma. Desta forma contorno também a inultrapassável barreira criada pelas editoras, que, ou pedem dinheiro para nos lançarem os livros, ou simplesmente não apostam em primeiras-obras de pessoas que não sejam já famosas da televisão. Claro que desejava um dia ter um livro meu editado, uma falha de personalidade chamada ego assim o deseja, mas não me vou tornar um fausto para lá chegar.


Aqui está a lista dos contos que tenho para enviar:


* Tinhamos ambos 19 anos e sonhávamos o futuro como se faltassem eternidades

* Carta ao filho

* Símio

* Perdidos & Roubados

* Howl Back

* Balada de um homem zangado

* Mores Ridendo Castigat

* Como Cães

* Da primavera e do Outono

* O apartamento

* Incidente com mulher estranha

* Dias de escola

* Menina X

* A maior mentira do mundo

* Amor com amor se paga

* Ossos do ofício

* Nightenders

* Desmarx

* Sinestesia

* Raparigas

* O anjo azul

* O canto da sereia

* A noiva esquecida

* O telefonema

* Memórias do que eu me lembro

* E foi assim que me tornei um prostituto masculino

* Estocolmo

* Na cidade

* Omnisciências servidas a frio ao jantar

* A soberba



Mailem-me para helioteixeira2005@gmail.com e recebam um ficheiro de texto que podem imprimir ou ler no vosso pc.


Cultura Livre.


4am free yr mind

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